A ORAÇÃO SEGUNDO O BUDISMO - PARTE 4

O Gosho "A Pessoa e a Lei" estabelece o seguinte: 
"Devido ao fato de que a Lei é Suprema, a pessoa é digna de respeito". 


Visto que o ensinamento que abraçamos é verdadeiro, quem seja que abrace este ensinamento se converte em uma pessoa respeitável, se converte em Buda. O Gosho continua dizendo: "Visto que a pessoa é digna de respeito, a terra se torna sagrada". 


Abraçando o Gohonzon atingimos a budicidade. Onde quer que estejamos, esse lugar se converte na terra do Buda. A cozinha se torna a cozinha do Buda, a escola se torna a escola do Buda. Quantos de vocês encontram a terra do Buda quando vão ao trabalho? Quem supostamente pode levar o Buda ao trabalho? É você, que tem o Gohonzon. É você quem tem que fazer despertar a vida de Buda e levá-la ao trabalho. Porém você a deixou em casa no seu Butsudan (oratório).
Se você faz Daimoku ao Gohonzon pela manhã com a determinação de: Levarei comigo a vida do Buda e transformarei o meu local de trabalho. Necessito sabedoria, força e vou estabelecer a diferença. Você se surpreenderá com o poder que já possui par transformar sua vida.



Na "Revolução Humana", o presidente Ikeda disse: "Se uma pessoa crê em algo errado, seja o que for, esse algo o arrastará às profundezas do sofrimento. O mesmo é válido para um grupo de pessoas, sociedade e toda uma nação. Confundir com verdadeiro algo que em realidade é uma ilusão e crer nisto, é a coisa mais terrível da vida". Se as coisas nas quais você crê são equivocadas, estas te conduzirão ao inferno em um minuto. Suas crenças fundamentais são as coisas mais importantes no mundo para você. Se sua vida está baseada em ilusões e fantasias, você se encontrará no inferno e no sofrimento e não poderá sair dali. Praticamos para aprender as regras da vida e mudar nossa visão básica da mesma. 

Uma vez que você conhece as regras do jogo poderá atuar livremente para sempre.
O presidente Ikeda concluiu dizendo:

 "Nada ajudará a essa pessoa por mais que seja cheia de boas intenções e por mais esforço que faça. Se essa pessoa crê em algo falso e contrário à ciência, não poderá evitar de atrair para si má sorte. Isto é inevitável. Uma pessoa pode depositar sua confiança em uma doutrina específica, numa ciência, na religião, em seu país, em seus negócios, em seus familiares, em seus amigos, sem suas convicções, na medicina ou na tecnologia. Os seres humanos não podem atuar a menos que acreditem em algo inconscientemente, até aquele que ostenta o seu ateísmo atua sobre a base de alguma crença. Todos os assuntos mundanos não são mais que a soma total de suas ações enraizadas na fé. Crer não é algo separado da vida, tão pouco é algo que se encontra confinado a um grupo selecionado de pessoas. O importante é até que ponto uma pessoa é consciente daquilo que crê. A maioria das pessoas jamais chegou a perguntar-se, se a base de suas crenças é absolutamente correta. Sendo correta ou incorreta sua crença, sendo justa ou malvada, seguem seus caminhos alegremente. E é ali, justo ali, onde está a raiz de sua infelicidade".

Quantas vezes temos nos perguntado se nossas crenças fundamentais são corretas? Muitas, muitíssimas vezes vi pessoas com 15 ou 20 anos de prática que se encontram presas, incapazes de avançar. A prática deles se transformou em uma dificuldade. Quando examinamos a causa disto, percebemos que, apesar de conhecerem toda a teoria do Budismo, em seus corações ainda crêem que é responsabilidade dos outros. Estão em Dotai Shin ou "um corpo, muitas mentes" (Não se encontram em harmonia), ou seja, o oposto de Itai Doshin, "muitos corpos e uma mente" (Harmonia entre as pessoas),. Falam como budistas, porém dentro de si mesmo, não possuem as crenças fundamentais e por fim sua prática budista deixou de produzir benefícios, pois não estão tentando transformar suas crenças errôneas em corretas.

O Gosho "Rissho Ankoku Ron" (A Pacificação da Terra através do Verdadeiro Budismo) estabelece: 
"Portanto, você rapidamente deve transformar as crenças que você mantém em seu coração e abraçar o meio único, a única doutrina correta do Sutra de Lótus".

O Gohonzon é Kanjin no Gohonzon, ou seja, o verdadeiro objeto de adoração de sua própria vida. Quando se faz Daimoku buscando a verdade, você também possui a natureza de Buda. A menos que você tenha coragem de ver a verdadeira natureza de sua vida, não poderá encontrar a natureza de Buda. Tem que ter a coragem para ver.

A pergunta é: funcionará igual às velhas orações? 
Na "Revolução Humana", volume 10, o presidente Ikeda pergunta se o Daimoku é suficiente. Sua conclusão é não. O Daimoku é a base de tudo, mas por si mesmo não é suficiente. O Daimoku deve se conjugar com outros aspectos da prática. 


O Gosho "Sobre a Oração", diz: 
"Jamais aconteceria das orações de um devoto do Sutra de Lótus ficarem sem ser respondidas". Porém, o Gosho "A Estratégia do Sutra de Lótus", diz: "Um covarde não conseguirá que suas orações sejam respondidas". Em outras palavras, é possível que suas orações não obtenham respostas.

O vice-presidente Tsuji disse uma vez: "Todos temos o mesmo Gohonzon e praticamos da mesma maneira, porém vemos que umas pessoas recebem tremendos benefícios, e outras não obtêm quase nada e outras encontram tremendas perdas". Qual é a relação correta com o Gohonzon? Como podemos praticar para receber benefícios? O Gohonzon que está fora de nós nos produz alegria interior e quando estabelecemos uma relação com o Gohonzon ao recitar NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, o NAM-MYOHO-RENGUE-KYO que está em nosso interior brotará. Se olharmos o Gohonzon e pensarmos que por fazer isto "vou obter algo", que quando fazer a prática vamos obter algo, seremos como um mendigo pedindo. Pode ser que nestas circunstâncias possamos receber benefícios, mas o tipo de benefício que recebemos deste modo será tão pequeno como a gorjeta que recebe um garçom em comparação ao valor total da conta a ser paga.

Devemos fazer Daimoku com atitude de que através de nossas orações ao Gohonzon, seja por uma casa nova ou por negócios, ou seja, saúde, podemos contribuir para o Kossen-Rufu (Paz Mundial). Determinem ao Gohonzon: "Pelo Kossen-Rufu, permita-me, por favor, ultrapassar essas dificuldades". Os Deuses Budistas nos darão proteção baseados em nossas orações pelo Kossen-Rufu. Sem pensar no Kossen-Rufu e simplesmente recitando NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, obteremos poucos benefícios. Os benefícios derivados das nossas orações baseadas no Kossen-Rufu são tão dinâmicos como voar em um avião, enquanto orar só pelo nosso próprio benefício é tão lento quanto caminhar.

O Gosho "Sobre atingir o Estado de Buda" diz: 
"Mesmo que você faça Daimoku e acredite em NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, se pensa que a Lei está fora de você não estará abraçando a Lei Mística". 

O que significa isto? Se você pensa que a causa de seus problemas está fora de você e que a solução destes problemas também está fora de você, então não estará abraçando a Lei Mística, e sim um ensinamento inferior. Mesmo que façamos Daimoku diante do Gohonzon, se acreditando que "a resposta está fora de mim", em realidade você não está praticando o Budismo, mesmo recitando Daimoku.

O Gosho segue dizendo: "Ensinamento inferior significa aqueles ensinamentos diferentes a este Sutra, os quais são todos provisórios e transitórios. Nenhum ensinamento provisório conduz diretamente à iluminação, você não pode atingir a budicidade mesmo que pratique existência após existência por incontáveis aeons".


Imagine fazer Gongyo, Daimoku e Chakubuku, participar de reuniões, promover as publicações e participar do Kofu existência após existência durante incontáveis aeons, sem jamais mudar o seu carma, sem jamais atingir a budicidade. Esta é uma idéia deprimente.


Daishonin aqui está mostrando a importância que existe em não ver fora de si mesmo. 
Não tente obter o poder de fora de você. Busque a solução de seus problemas no seu interior, você é o problema e também é a solução.

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