Olá queridos leitores e visitantes do Blog. Hoje começarei a publicar parábolas do Sutra de Lótus e de outras escrituras na qual Nitiren Daishonin estudava para ensinar seus discípulos, método
que o próprio Buda Sakyamuni costumava utilizar para se fazer compreender até
pelos mais humildes. Espero que gostem.
"A
beleza das parábolas budistas está na lição de vida e sabedoria que se escondem
nas suas entrelinhas, conseguir captar e utilizar estas verdades em sua vida
diária, certamente você será uma pessoa plenamente feliz."
Em um lugar muito distante, nas
profundezas do oceano, vivia uma pequena tartaruga chamada Tortuga. Na realidade, ela não era uma tartaruga marinha e, por isso, suas patas não
eram adaptadas com nadadeiras, tornando suas idas e vindas à água uma tarefa
nada fácil. E ficou ainda mais difícil depois que teve um de seus olhos feridos
durante uma batalha com um peixe espada. Mas nada incomodava mais Tortuga que o
calor que sentia em seu ventre e o frio em suas costas. Pobre tartaruguinha!
Só havia uma coisa que poderia ajudá-la: flutuar sobre a superfície, pois assim poderia refrescar seu ventre, ao mesmo tempo em que deixaria os raios de sol aquecer o dorso de seu casco. Mas, você se lembra que Tortuga não era uma boa nadadora? Para subir, dependeria de uma corrente marítima favorável. Essas correntes costumavam se formar por ali somente a cada mil anos. Por sorte, isso estava próximo de ocorrer.
Mas ainda havia outro desafio, ou seja, precisava encontrar algo em que pudesse flutuar. Um pedaço de tronco seria ideal. Só que não poderia ser um tipo qualquer de madeira. Sabia-se que existia uma madeira conhecida como sândalo vermelho, que tinha o poder de resfriar o ventre das tartarugas. Que maravilhoso seria se ela pudesse encontrar uma dessas! Mas o oceano é tão vasto e os troncos flutuantes são poucos. Apesar disso, Tortuga estava confiante. Era só aguardar a próxima corrente marítima, subir, esperar o tronco e pronto! Pronto nada! Havia mais um detalhe do qual ela havia se esquecido. Mesmo tendo a sorte de encontrar um tronco de sândalo, ele teria que possuir um buraco exatamente do tamanho de seu ventre. Se a abertura fosse muito grande, ela poderia cair dentro e ninguém poderia tirá-la de lá. Se fosse muito pequena, não poderia colocar seu ventre nele e as ondas a arrastariam para fora, fazendo-a mergulhar de volta para o fundo do oceano. O que fazer?
Se ela realmente conseguisse vencer todos esses desafios, ainda enfrentaria outra dificuldade. Por ter somente um dos olhos, sua visão era distorcida fazendo com que enxergasse as coisas de uma forma invertida — quando visse o tronco indo para um lado, na verdade, estaria indo para o outro e, assim, quanto mais depressa ela tentasse se deslocar em direção ao tronco, mais se afastaria dele.
Imaginem se, por fim, todos os desafios fossem vencidos e Tortuga encontrasse o tronco de sândalo flutuante com a abertura adequada e ainda assim não colocasse seu ventre nela. Ele não teria finalidade alguma e a tartaruga afundaria instantaneamente de volta ao fundo do oceano.
Esse conto ilustra a raridade de encontrar o Sutra de Lótus, assim como era difícil para a tartaruga encontrar um tronco flutuan¬te de sândalo. E mais raro que encontrar um tronco de sândalo com uma abertura do tamanho exato do ventre da tartaruga é as pessoas encontrarem a Lei Mística do Nam-myoho-rengue-kyo.
O oceano representa o mar dos sofrimentos do nascimento e morte e a tartaruga, os seres vivos. A falta de nadadeiras ilustra a falta de boa sorte. O calor de seu ventre representa os oito infernos quentes aos quais somos levados pela nossa ira e ressentimentos. O frio de seu dorso, os oito infernos frios que resultam de nossa cobiça e ganância.
Sua permanência no fundo do oceano indica que caímos nos três maus caminhos e que não podemos emergir facilmente. Sua ascensão à superfície somente uma vez em cada mil anos ilustra a dificuldade de emergir desses caminhos e nascer como ser humano. O fato de outros troncos flutuantes de outros tipos de madeira serem fáceis de ser encontrados, mas um tronco de sândalo ser difícil, representa que é fácil encontrar os outros sutras, mas que é difícil encontrar o Sutra de Lótus.
Mesmo que a tartaruga encontrasse um tronco flutuante de sândalo, encontrar um com uma abertura adequada sobre ele é ainda mais difícil. Isto significa que, mesmo que alguém encontre o Sutra de Lótus, é raro vir a recitar os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, que é sua essência. A tartaruga enxerga as coisas de uma forma invertida. Semelhantemente os mortais comuns consideram ensinos superiores como sendo inferiores e ensinos inferiores como sendo superiores, apesar de exibirem seus conhecimentos e fingirem ser sábios.
Ler os vários sutras ou invocar os nomes dos vários budas é comparável à tartaruga encontrar um tronco de madeira comum. Dessa forma, o sol não pode aquecer o dorso de seu casco. Tais ensinos meramente agradam os olhos e alegram a mente, mas não trazem benefícios. São como plantas que dão flores mas não frutos, ou como palavras que não são colocadas em prática.
Só havia uma coisa que poderia ajudá-la: flutuar sobre a superfície, pois assim poderia refrescar seu ventre, ao mesmo tempo em que deixaria os raios de sol aquecer o dorso de seu casco. Mas, você se lembra que Tortuga não era uma boa nadadora? Para subir, dependeria de uma corrente marítima favorável. Essas correntes costumavam se formar por ali somente a cada mil anos. Por sorte, isso estava próximo de ocorrer.
Mas ainda havia outro desafio, ou seja, precisava encontrar algo em que pudesse flutuar. Um pedaço de tronco seria ideal. Só que não poderia ser um tipo qualquer de madeira. Sabia-se que existia uma madeira conhecida como sândalo vermelho, que tinha o poder de resfriar o ventre das tartarugas. Que maravilhoso seria se ela pudesse encontrar uma dessas! Mas o oceano é tão vasto e os troncos flutuantes são poucos. Apesar disso, Tortuga estava confiante. Era só aguardar a próxima corrente marítima, subir, esperar o tronco e pronto! Pronto nada! Havia mais um detalhe do qual ela havia se esquecido. Mesmo tendo a sorte de encontrar um tronco de sândalo, ele teria que possuir um buraco exatamente do tamanho de seu ventre. Se a abertura fosse muito grande, ela poderia cair dentro e ninguém poderia tirá-la de lá. Se fosse muito pequena, não poderia colocar seu ventre nele e as ondas a arrastariam para fora, fazendo-a mergulhar de volta para o fundo do oceano. O que fazer?
Se ela realmente conseguisse vencer todos esses desafios, ainda enfrentaria outra dificuldade. Por ter somente um dos olhos, sua visão era distorcida fazendo com que enxergasse as coisas de uma forma invertida — quando visse o tronco indo para um lado, na verdade, estaria indo para o outro e, assim, quanto mais depressa ela tentasse se deslocar em direção ao tronco, mais se afastaria dele.
Imaginem se, por fim, todos os desafios fossem vencidos e Tortuga encontrasse o tronco de sândalo flutuante com a abertura adequada e ainda assim não colocasse seu ventre nela. Ele não teria finalidade alguma e a tartaruga afundaria instantaneamente de volta ao fundo do oceano.
Esse conto ilustra a raridade de encontrar o Sutra de Lótus, assim como era difícil para a tartaruga encontrar um tronco flutuan¬te de sândalo. E mais raro que encontrar um tronco de sândalo com uma abertura do tamanho exato do ventre da tartaruga é as pessoas encontrarem a Lei Mística do Nam-myoho-rengue-kyo.
O oceano representa o mar dos sofrimentos do nascimento e morte e a tartaruga, os seres vivos. A falta de nadadeiras ilustra a falta de boa sorte. O calor de seu ventre representa os oito infernos quentes aos quais somos levados pela nossa ira e ressentimentos. O frio de seu dorso, os oito infernos frios que resultam de nossa cobiça e ganância.
Sua permanência no fundo do oceano indica que caímos nos três maus caminhos e que não podemos emergir facilmente. Sua ascensão à superfície somente uma vez em cada mil anos ilustra a dificuldade de emergir desses caminhos e nascer como ser humano. O fato de outros troncos flutuantes de outros tipos de madeira serem fáceis de ser encontrados, mas um tronco de sândalo ser difícil, representa que é fácil encontrar os outros sutras, mas que é difícil encontrar o Sutra de Lótus.
Mesmo que a tartaruga encontrasse um tronco flutuante de sândalo, encontrar um com uma abertura adequada sobre ele é ainda mais difícil. Isto significa que, mesmo que alguém encontre o Sutra de Lótus, é raro vir a recitar os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, que é sua essência. A tartaruga enxerga as coisas de uma forma invertida. Semelhantemente os mortais comuns consideram ensinos superiores como sendo inferiores e ensinos inferiores como sendo superiores, apesar de exibirem seus conhecimentos e fingirem ser sábios.
Ler os vários sutras ou invocar os nomes dos vários budas é comparável à tartaruga encontrar um tronco de madeira comum. Dessa forma, o sol não pode aquecer o dorso de seu casco. Tais ensinos meramente agradam os olhos e alegram a mente, mas não trazem benefícios. São como plantas que dão flores mas não frutos, ou como palavras que não são colocadas em prática.
Fonte:
Revista Dez - Edição 79 - Publicado em
01/Julho/2008 - Página 4
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