A ORAÇÃO SEGUNDO O BUDISMO - PARTE 1

No "Gosho sobre a Oração", especificamente em uma passagem  diz: "nunca deixarão de ser respondidas as orações dos devotos do Sutra de Lótus".



Muitos de nós temos vivido a experiência de nossas orações não serem respondidas. Hoje eu falarei sobre a natureza da oração segundo o Budismo, e como podemos aumentar o poder e o benefício que recebemos de nossas orações.


Nossa prática budista jamais deve converter-se em uma luta de intermináveis Aeons (um tempo infinito) até mesmo para as menores transformações do nosso carma. O Budismo de Nitiren Daishonin foi concebido para produzir efeitos drásticos em nossa vida e em nosso carma. Se isto não acontece devemos nos perguntar porque Nitiren promete que nossas orações serão respondidas.

Todas as nossas orações são respondidas com toda certeza, porém, às vezes a resposta é um não. Certamente se estivermos orando por algo que nos é prejudicial, a resposta nos é dada com um simples não. Por esta razão é que quero falar a respeito da natureza da oração segundo o Budismo de Nitiren Daishonin.

A oração no Budismo de Nitiren Daishonin é significativamente diferente da oração que a maioria de nós estamos familiarizado desde criança, tirando fukushi (pessoas que nasceram na prática budista). Se não compreendermos a diferença, teremos a tendência a continuar orando como se estivéssemos falando com algum poder externo a nós mesmos. Com isto, estaríamos abordando só os aspectos superficiais de um Buda, enquanto no nosso interior, permanecemos atados a nossa incorreta forma de pensar.

A oração na tradição ocidental, procura a comunicação com um poder transcendental acima e além de nós. Este poder que não existe dentro da vida dos seres humanos, há de ser encontrado em algum outro lugar. A oração é assim orientada para o externo. Este tipo de visão religiosa se baseia na premissa de que os seres humanos na profundeza de suas vidas são impuros e maus. Estas orações estarão cheias de sentimentos de culpa.

Segundo o Budismo de Nitiren Daishonin, a fonte e o poder estão em nosso interior. Uma oração budista é dirigida para dentro de nós mesmos. Buscamos ajuda em nossa própria natureza – inerente – de Buda. Segundo este ensino, nós, somos por natureza valiosos e bons, por que possuímos a natureza de Buda. As orações budistas estão cheias de um sentimento de responsabilidade e agradecimento.

As orações tradicionais de nossa cultura ocidental tendem ao pessimismo e a superficialidade. O Budismo de Nitiren Daishonin, ao contrário, possui uma visão de vida essencialmente otimista. Nossas orações devem ser para que colhamos flores de lótus no lamacento poço de nossas vidas. A entonação do Daimoku ao Gohonzon está destinada a abrir nossos olhos para ver florescer flores de lótus. Para nós é extremamente difícil perceber o que existe nas profundezas de nossas vidas. Daishonin revelou o Daimoku para que nós abramos os olhos e vejamos revelados os tesouros que possuímos.



Se recitar Daimoku em frente ao Gohonzon em busca de alguém que venha e lhe traga um milagre, estará buscando no lugar errado. Nossa natureza de Buda se encontra no profundo e obscuro depósito de nossas vidas. Não é fácil encontrá-la, pois possuímos a tendência de buscar a natureza de Buda nas áreas de nossas vidas em que podemos vê-la com facilidade. Dentro de nós não só se encontra a causa de nossos sofrimentos, mas também a solução de nossos problemas. Se dirigirmos nossas orações para fora de nós mesmos, essas orações não serão respondidas. Nada acontecerá.


O Budismo de Nitiren Daishonin ensina que "os desejos mundanos são iluminação", isso quer dizer que são os desejos mundanos causando nossos sofrimentos que nos fazem buscar uma solução, e a solução que o budismo nos dá é a própria iluminação. Todos sabemos que existem problemas em nossas vidas. 
No Gosho: A Felicidade Nesse Mundo, Nitiren estabelece: "sofra o que tiver que sofrer e desfrute o que tiver de desfrutar, considere os sofrimentos e alegrias como fatos da vida. Ninguém pode evitar os problemas, nem mesmo os santos e sábios". Até os santos e sábios possuem problemas. O budismo aceita o fato de que ocorrem atribulações e que nós sofremos. Nosso sofrimento faz brotar o desejo de erradica-lo e este desejo é que nos inspira a buscar a melhora de nossas vidas.

Um comentário:

  1. Muito bom incentivo de muita compreensão, para compreender muito obrigado

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