Olá meus
queridos leitores!
Como é
bom voltar a escrever sobre o budismo.
Peço
gentilmente desculpas por não ter escrito mais nada, a vida está uma correria
agora que estou morando fora do Brasil, mas estou muito feliz de saber que aqui
anda sendo muito visitado.
Com
grande alegria, escrevi hoje a pedido de uma leitora sobre o tema acima.
Espero
que gostem.
"
Aqueles que menosprezam o praticante do Sutra de Lótus terá a cabeça partida em
7 pedaços"
O Kossen-rufu é uma grandiosa batalha entre as
forças malignas, que menosprezam a dignidade da vida, e a condição de vida do
estado de Buda, que nutre o mais elevado respeito pela vida. O próprio Nitiren
Daishonin lutava constantemente contra as forças negativas que ameaçavam a
vida. Em “Abertura dos Olhos”, Daishonin escreveu: “As perseguições e aborrecimentos menores são em
número muito grande para contar, mas as grandes perseguições são quatro”. (Escrituras de Nichiren Daishonin, vol. 1 pág.
240.)
Uma dessas quatro
grandes perseguições foi a Perseguição de Matsubagayatsu. Esse incidente
ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260, pouco mais de um mês depois de
Daishonin ter apresentado seu tratado de repreensão, “Sobre o Estabelecimento
do Ensino Correto para a Paz da Nação”, às autoridades do governo Kamakura. Uma
enorme multidão — os relatos variam, apresentando milhares ou dezenas de
milhares — atacou a pequena casa onde Daishonin morava em Matsubagayatsu,
Kamakura. Após ter sido duramente criticado por ele em “Sobre o
Estabelecimento do Ensino Correto...”, oficiais do governo e muitos
sacerdotes de alto escalão da Nembutsu planejaram assassinar Daishonin. Eles
incitaram os seguidores da Nembutsu e de outros movimentos a atacarem-no,
dizendo-lhes que matar aquele sacerdote renegado que havia sido rejeitado pelo
governante não seria considerado crime. Assim, eles o atacaram numa grande
turba.
Não havia como a
casa de Daishonin ser defendida daquela grande força. No entanto, ele conseguiu
escapar por pouco desse atentado contra sua vida. Como ele conseguiu? Poucos
dos escritos remanescentes de Daishonin fornecem detalhes sobre a Perseguição
de Matsubagayatsu, mas num deles, ele escreveu:
“Certas pessoas
influentes se uniram e, tendo reunido muitos homens da cidade até somarem
milhares, chegaram durante a noite para me atacar e acabar comigo [em minha
casa em Matsubagayatsu]. Mas, talvez pelo fato de as dez filhas-demônio terem
planejado dessa forma, eu consegui escapar do perigo.” (END-2, pág.
1.052.)
As palavras “as
dez filhas-demônio terem planejado dessa forma” são muito profundas.
As dez
filhas-demônio são dez divindades protetoras femininas que aparecem no Sutra de
Lótus como as “filhas dos demônios rakshasa” ou as “dez filhas rakshasa (LS26,
págs. 301–310.) No capítulo “Dharani” (26o) do sutra, elas, junto com a Mãe das
Filhas-Demônio, que poderia ser descrita como representante de todas as mães,
fazem um juramento numa única voz diante do Buda: “Honrado pelo Mundo,
nós também desejamos proteger e salvaguardar aqueles que leem, recitam, aceitam
e abraçam o Sutra de Lótus e poupá-los de se desviar ou de se prejudicar”. (SL26,
pág. 310.) Em outras palavras, elas juram não permitir que as funções malignas
enfraqueçam ou prejudiquem os praticantes do Sutra de Lótus. Seu fervoroso
juramento continua:
“Embora subam a nossa cabeça, nunca incomodarão os mestres da Lei! (...) [Mesmo apesar] de ser apenas em sonho, nunca lhes causarão problemas! (...) Se houver aqueles que (...) prejudicam ou dividem os pregadores da Lei, sua cabeça será partida em sete pedaços (...) Seu crime será tal como o de matar pai e mãe, (...) ou [tal como] Devadatta, que desorganiza a Ordem [Budista].” (LS26, pág. 310.)
“Embora subam a nossa cabeça, nunca incomodarão os mestres da Lei! (...) [Mesmo apesar] de ser apenas em sonho, nunca lhes causarão problemas! (...) Se houver aqueles que (...) prejudicam ou dividem os pregadores da Lei, sua cabeça será partida em sete pedaços (...) Seu crime será tal como o de matar pai e mãe, (...) ou [tal como] Devadatta, que desorganiza a Ordem [Budista].” (LS26, pág. 310.)
Essa foi a
declaração feita pelas dez filhas-demônio. Elas possuem um significado muito
importante no budismo como funções protetoras inerentes à vida. Na passagem que
citei anteriormente que Daishonin escreveu que foi graças à proteção das dez
filhas-demônio que ele pôde sair ileso da Perseguição de Matsubagayatsu.
TEssa
passagem é interpretada de várias formas, mas algumas delas indicaram que
ela pode fazer alusão a uma seguidora que, sabendo do plano de ataque, advertiu
Daishonin e o ajudou a fugir. A idade e a identidade dessa mulher são
desconhecidas — ela arriscou a vida anonimamente para salvá-lo. Seja qual for o
caso, proteger firmemente o verdadeiro devoto do Sutra de Lótus é na verdade o
mesmo que proteger a Lei Mística. Sem um líder do ensinamento correto, o
estabelecimento desse ensinamento para a paz da nação, a concretização do
Kossen-rufu e a eterna perpetuação da Lei Mística nunca acontecerão. É
exatamente por isso que as dez filhas-demônio e outras divindades protetoras
juram proteger firmemente o mestre que abraça o ensinamento correto do budismo
e se empenha para propagar a Lei Mística amplamente. E nós verificamos esse
juramento sendo cumprido nas muitas perseguições que Daishonin enfrentou.
Em seu juramento, as dez filhas-demônio juram também “livrarem-nos [os
praticantes da Lei Mística] de caírem no desvio e de se prejudicarem e anula o
efeito de todas as ervas venenosas”. Isso representa o poder de vencer a
doença e de conceder saúde e segurança àqueles que recitam e propagam a Lei
Mística.
Essa frase é de extrema importância, tanto que as dez filhas-demônio
está escrita no gohonzon, do lado direito.

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