GOSHO OS OITOS VENTOS


“Um homem verdadeiramente sábio não será arrebatado por nenhum dos oitos ventos; prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Ele não se inflama com a prosperidade nem se desespera com o declínio. Os deuses celestes seguramente protegerão aquele que não se curva diante dos oitos ventos. Porém, se alimentar uma versão infundada com relação ao seu lorde, eles não o protegerão, a despeito de todas suas orações”.


A HISTÓRIA
Essa carta foi escrita por Nitiren Daishonin em 1277, quando ele já se encontrava retirado no Monte Minobu, e foi enviada para Shijo Kingo. Kingo se converteu ao budismo em 1256, era samurai e médico, e foi um dos mais dedicados discípulos de daishonin. Em 1271, acompanhou Daishonin na Perseguição de Tatsunokuti para proteger seu mestre até o fim. Quando Daishonin foi exilado para a Ilha de Sado, Kingo enviou muitas cartas e oferecimentos para seu mestre e por duas vezes foi ao seu encontro. Daishonin escreveu esta carta num momento difícil da vida de Kingo. Em gratidão á Daishonin e preocupado com a invasão mongol, Kingo advertiram seu lorde Ema para que viesse a praticar o budismo. O lorde não gostou da postura do empregado e começou a tratá-lo com frieza. Os demais guerreiros do clã, que já cultivavam inveja de Kingo, inventaram muitas mentiras sobre ele. O lorde então reduziu o solário de Kingo e o ameaçou tirar seu feudo se ele continuasse a seguir o budismo. Daishonin escreveu esta carta para encorajar seu discípulo.


EXPLANAÇÃO
Nesse trecho da carta, Daishonin mostra a Kingo qual é a postura correta de um discípulo em momentos de grandes dificuldades. Orienta que precisamos ser fortes para não ser levados por sentimentos negativos, mesmo diante de injustiças. O que devemos fazer para criar essa condição?
- O primeiro ponto é recitarmos o Daimoku com sinceridade;
- O segundo ponto é ver todos os nossos sofrimentos com clareza e tranqüilidade, ou seja, não podemos nos desesperar;
- O terceiro ponto é ter espírito de procura para buscar as orientações do Mestre e também aos nossos pais e veteranos.
Quais são os oito ventos? Podemos dividir em dois grupos:
  1. Os 4 ventos favoráveis: prosperidade, honra, elogio e prazer.
  2. Os 4 ventos desfavoráveis: declínio, desgraça, censura e sofrimento
É interessante notar nesse conceito a analogia feita ao vento, como algo inconstante que exerce sua influência sem ser percebido pelas pessoas. No entanto, independentemente de serem benefícios ou não, o mais importante é desenvolvermos uma vida tão forte e cheia de determinação que não é influenciada pelas circunstâncias tanto desfavoráveis como desfavoráveis. Não dependeremos das condições externas para sermos felizes e sempre tomaremos a melhor decisão. Agindo assim é absolutamente certo que teremos a proteção da pratica da fé e conquistaremos infalivelmente a vitória. Quando vencemos, nos tornamos felizes, e o Nam-myoho-rengue-kyo nos permite manifestar a capacidade de atuar na sociedade com a máxima sabedoria. Nós podemos mudar tudo ao nosso redor sem sermos levamos por sentimentos superficiais. Nosso desafio é nos desenvolvermos como jovens fortes, que sempre colocam a pratica da fé em primeiro lugar, e que cultivam o forte espírito de gratidão ao Mestre e aos pais. Dessa forma, com certeza venceremos qualquer desafio, com toda alegria e convicção.